A avaliar pelos vestígios encontrados, Torrão foi povoada no período anterior à Nacionalidade e seria uma área anexa à importante “civitas” de Anégia.

Torrão no passado foi couto, o que determinou que fosse vila e concelho, denominando-se então “Entre-Ambos-os Rios”, uma vez que geograficamente se encontrava entre o rio Tâmega e o rio Douro. O foral havia sido doado por parte de D. Manuel I em meados do século XVI.

Antes de integrar definitivamente o concelho de Marco de Canaveses, Torrão ainda integrou o concelho de Bem Viver.

O topónimo “Torrão”, ao que tudo indica, é uma variante de “terrão”, sendo este último um aumentativo de “terra”.

A paróquia do Torrão isto é, a de S.Salvador de Entre-Ambos-os-Rios, que não é mais que a sua antepassada, foi estendida territorialmente por ambas as margens da foz do tamega, estando a igreja paroquial na da esquerda, onde se situa Torrão.

O antigo topónimo somente podia aplicar-se com propriedade, ao único ângulo do Tâmega com o Douro, Torrão, porque, efectivamente, só esta se encontra "entre-ambos-os-rios".

A situação das monjas, em lugar de passagem obrigatória do Douro, como era este, era arriscada no caso de guerra; e assim foi, pois na Guerra da Independência, elas pediram a D.João I a sua transferência para o Mosteiro de Santa Clara do Porto. O rei, não pôde ou na ocasião não quis atendê-las mas, terminadas as hostilidades e fundado o Mosteiro dos Carvalhos do Monte, transferiu-as para ali, em 1416.

A Igreja de Santa Clara passou desde então, a ser chamada de Santa Clara do Torrão.

A Barragem do torrão, localizada em terras de Alpendorada, mas assim chamada, é primeira barragem hidro-eléctrica sobre o Rio Tâmega, o maior afluente do Rio Douro.